WORK HARD AND PLAY HARD

sábado, 24 de setembro de 2011

PEIXES

Peixes
Nenung
Peixes são iguais a pássaros
Só que cantam sem ruído
Som que não vai ser ouvido
Voam águias pelas águas
Nadadeiras como asas
Que deslizam entre nuvens
Peixes, pássaros, pessoas
Nos aquários, nas gaiolas,
Pelas salas e sacadas
Afogados no destino
De morrer como decoração das casas
Nós vivemos como peixes
Com a voz que nós calamos
Com essa paz que não achamos
Nós morremos como peixes
Com amor que não vivemos
Satisfeitos? mais ou menos
Todas as iscas que mordemos
Os anzóis atravessados
Nossos gritos abafados

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

TRAVESSIA CIRCUITO NETUNO SANTOS

EFEITO BORBOLETA
Meu cansaço deste ano bateu de forma retardada.
Tirei uma semana de férias (só dos treinos) logo após Penha, e me senti super disposta, com vontade de treinar, mas não treinei. Na semana seguinte, voltei devagar porém com sinais de cansaço já expandindo para outras áreas da vida, como trabalho por exemplo. Semana passada foi péssima, o cansaço bateu mesmo. Acordava com a sensação de que um caminhão tinha passado por cima de mim. Estava meio aérea. Passei mal no fds, hospital, médico e uma lista de exames para fazer.
Batendo um papo com o Glau, sobre esta depressão pós-período alto volume + intensidade, chegamos à conclusão que o lance é não parar total. Pode ser bem pior. É melhor esperar o corpo voltar ao normal treinando mais leve e enganando a mente, ou seja, não fazendo nada parecido com a rotina de treinos para Penha.  
Então me joguei em uma travessia em Santos, mesmo tendo feito 3 treinos de natação desde o 70.3.
Ótimo para sair da rotina da piscina, mudar os ares, me divertir e sofrer um pouco. Sem falar que tudo que eu invisto na natação, qualquer moedinha, já é de grande valia.
Minha grande companheira de treinos nos últimos tempos tem sido a Claudia.


Sabadão fomos para a Serra, fizemos 3 voltas, 1 forte e 2 fofocando. Foi legal. Sai de lá e fui direto para o clube nadar. Até então tinham sido apenas 2 treinos de natação, precisava do efeito moral de ter feito mais um treininho. Nadei 1500 solto.
De noite fui à casa da Renata e Wilham – êêêê social, sem preocupação com hora de dormir e o que comer!!! Vale comentar que ele é um futuro IM e o papo não fugiu muito de planilhas, treinos e consultorias triatléticas de diversas naturezas. Então não sei se esta social conta pontinhos em “atividades não relacionadas ao triathlon” =)
Domingão fomos para Santos. Água muito gelada e um formato diferente: ao invés do tradicional triângulo, nadamos ida e volta (retângulo).
Minha impressão foi que a ida foi muito fácil, a favor da correnteza e a volta muito difícil (contra). Mas a Claudia não achou nada disso - rs – revelando uma grande tendência, a de que eu fui forte e quebrei feio na volta.



Depois corremos meia hora na areia, calor gostoso, brisa para amenizar, eu cansada pra cacete (rsrsrs), água de coco para hidratar (de verdade, não de caixinha) e biscoito de polvilho para matar a fome.
Resumindo, valeu a trip e valeu o treino!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

REFLEXÕES

Após Penha, algumas reflexões foram feitas em caráter de EMERGÊNCIA.
Se você tem paciência, segura na minha mão, faz o sinal da cruz e vem comigo! (créditos Katylene).

Sou super apaixonada por esportes, daquela que assiste tudo, luta, x-games, olimpíada de inverno, de verão, tênis, alpinismo, aquele campeonato dos fortões puxando caminhão, etc.
Pratico esporte há um bom tempo, tenho um estilo de vida esportivo, e me beneficio de alguma forma disto. De muitas formas. Mas não tenho o compromisso que um atleta tem com performance. No meu caso, porque EU NÃO TENHO PERFORMANCE , mesmo treinando direitinho!! Explico. Não tenho aquele talento físico, aquele tchans natural, caixa e lata, para ser uma atleta de performance, que vai brigar pelos primeiros lugares, mesmo no amador.

Ah, e sem pudores: adoraria ter.

Há quatro anos, descobri o triathlon. Que lindo. Mesmo.
Gosto de treinar, tenho disciplinada e persistência. Não me intimido com desafios, sempre parto do princípio de que posso fazer as coisas, de que sou capaz. O triathlon é gentil e amável com aqueles que têm estas características (ou querem desenvolvê-las). Parece meeega difícil, mas não é. E eu falo isto para todo mundo. Mas tem que gostar de treinar... e o mais importante, treinar (tipo, FAZER os treinos).

Sou competitiva, não tenho vergonha de dizer que AMO ganhar. Amo quando a pessoa, o time para quem estou torcendo, ganha. Amo ganhar no dominó. Amo quando meu trabalho (profissional) se destaca e é reconhecido. No começo da minha jornada triatlética, eu ficava muito decepcionada quando chegava por último. Foi uma espécie de choque – “poxa, estou treinando direito, como posso ir tão mal?”. Até eu entender que aquela lei da física também valia aqui (vc é rápida? depende do referencial), e que para mim as coisas seriam mais difíceis... eu não tinha referência. Eu tentei, tentei e tentei. Até eu vestir as sandálias da humildade, levou quase um ano.

O que me salvou de ter virado uma mala sem alça (assim imagino), ou de ter desistido, é que minha autoestima é (quase) inabalável. Não sou auto-suficiente, mas minha atração pelas missões aparentemente impossíveis vem do fato de que eu (penso que) posso tudo, até que se prove o contrário. Eu ainda acho que posso ser uma boa triatleta. Se não der... ok também, isto não tira meu valor nem tudo que eu ganhei tentando, desde que eu não venda minha alma ao diabo (ave Maria cheia de graça... não existe café de graça!!!).

Não tem aquele conto que diz que o importante é o caminho? Adianta ter “sucesso” se você fode o caminho?

Hoje em dia, treino com a mesma vontade do início. Mas alguma coisa mudou. Naturalmente mudou. Ainda me decepciono quando vou mal, mas na maior parte das vezes estou comemorando cada minuto ganho. Se não é fácil ganhar minutos, para mim é muito difícil. Comemoro cada treino feito. É um saudável fazer o que gosta (hobby) trabalhando das 8 às 19hs. Já identifico melhor os motivos que fazem as coisas não irem bem, e ter consciência é o maior barato!!! (consciência corporal é o maior barato).

Eu já tinha indícios, já estava neste caminho. Só que agora, depois de Penha, ficou muito claro. Eu sou uma pessoa melhor do que eu era quando comecei, mais humilde e consciente. Talvez eu não possa fazer um super tempo. Mesmo assim, minha jornada é alegre. Este blog me ajudou nisto tudo. Eu brinco de ser atleta. Eu valorizo muito o trabalho, as vitórias e derrotas de um atleta de verdade.

Talvez por isto, eu não tenha me sentido muito parte do evento, da prova (Penha). Engraçado, acho que este post é sobre isto. Parênteses: 20 parágrafos depois, eu descubro que este post é uma espécie de mea culpa por não ter achado fazer uma prova 70.3 IronMan assim.... grande coisa.

Eu gostei da prova, valeu mesmo. Mas meu ponto é: nosso esporte é muito ROCK´N ROLL. Só que eu estava lá em Penha e achei tudo BOSSA NOVA, meio blasé. Nada contra, mas desconecto.
Ok, talvez seja só blá blá blá. Talvez seja eu, então. Talvez eu não pertença mesmo.

Hoje, na internet, estão rolando várias discussões sobre vácuo, sobre ter ou não equipamentos, doping. Verdadeiras críticas ao que este esporte virou. Seria um movimento de resgate ao que o esporte (IM) era? Sempre competitivo, provavelmente com casos de doping, porém mais roots, primitivo, instintivo, divertido.... tipo “quem é o mais louco nesta p#@%, quem faz os treinos mais insanos, quem arrisca mais”.

Sinceramente, estou mexida. Quero estar atenta aos meus próximos passos dentro do triathlon. Quero me certificar de que cada treino, cada competição, de que tudo isso fará de mim uma pessoa melhor, uma pessoa contente, menos careta. Já tenho planos, quero me divertir mais e mais e mais... e vou fazer direitinho a conta, não vou bobear.

Meu talento é outro, o que não me impede de praticar MUITO esporte, de me testar, me jogar numas roubadas e fazer coisas muito legais. Quem sabe eu até fique boa? Eu quero é rock.

PS nada a ver: o rock morreu, renasceu, morreu de novo, viveu e assim ele vai seguindo seu ciclo, se reinventando. E este rock nacional de hoje está gritando “Por favor, me dê um tiro de 13!!!”. Isto não tem nada a ver com a época, idade... tem a ver com as pessoas, com o que elas valorizam e sentem. Este final de semana, assisti “Homem do Futuro” e descobri, depois de 15 anos, que gosto de Legião Urbana. Eu já gostei de Legião, meu pai ouvia quando eu era criança, e me lembro de perguntar pra ele, no banco de trás do carro, o que significava “não sou mais tão criança ao ponto de saber tudo”. Ele me explicou que era bobagem achar que adulto sabia de tudo. Legião existiu, morreu e voltou a existir agora. Passei a semana toda pensando em triathlon e cantando “Somos tão jovens!”.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

70.3 PENHA 2011

“Uma grama de ação vale mais do que uma tonelada de teoria” - Friedrich Engels
“Para saber se a água de um balde está quente ou fria, deve-se meter a mão no balde. De nada servirá a discussão, por mais brilhante que possa ser” – Sabedoria Zen

Planejamento
Olha a diferença entre o pensamento oriental e ocidental.
Um mais voltado para mensurações, o tangível, e o outro mais zen...
Eu, aos 45 do segundo tempo, fiz meu planejamento de prova, de tempos, de alimentação, de viagem. E mais... planejei o depois. Sim sim, eu ia parar, mas ganhei uma curta carência e fecharei 2012 triatlética, cheia de planos e provas.

Caderneta
Eu amo cadernos, caderninhos e afins. Adoro escrever à lápis (não que isso tenha alguma coisa a ver...). Para Pira, eu comprei um especial e lá anotei tudo o que tinha que fazer, de quanto em quanto tempo comer, o que fazer 2 dias antes, etc. E foi o que foi. Por curiosidade, quantifiquei (tb amo estatística, principalmente aquelas que não indicam nada, preciso parar com isto antes mesmo de deixar de treinar, pois isso sim vai me deixar louca) e pasmem.... 45% saiu de acordo com o planejado. Ok, várias justificativas para defender o planejamento, realmente ocorreram imprevistos graves na bike e a corrida foi.... hum... difícil (hehe).
Para Penha, fiz uma tosca planilha de Excel. Faltou glamour e tempo. Em compensação, mais experiente, desenhei 3 cenários: o Paraíso, o Realista, o Aceitável.

Qualidade e Bem Estar
Tenho a sensação de que treinei menos e com mais qualidade. “Treinei menos” é heresia, talvez “descansei mais” seja o termo adequado. Tirando as dores e a quebradeira normal de treino, não tive problemas na minha preparação (como tive para Pira, joelho, tíbia, costas).
Sofrimento e Penar
Treinei minha mente para sofrer. Fiz treinos onde sofri, principalmente de corrida. Meu objetivo era aumentar minha zona de DESconforto. Meu mantra foi “eu gosto de massagem, mas tenho que sofrer na prova, tentar ir mais rápido...”. Brincadeiras à parte, tem dado certo, o que nos leva ao próximo ponto...

Confiança
Estava mais confiante, tudo deu certo nos treinos. Prova é prova... mas era outra pinga, já não estava nas minhas mãos.
Confiante? Sim! Preparada? Nunca!

Mini Race Report
Viagem = tranquila, sem imprevistos. Tirando o Glau que alugou um carro em Joinville (fomos para Navegantes).
Tempo = frio na quinta à noite (tomei até vinho para esquentar), sexta MUITO frio e vento, sábado (dia da prova) MELHOR que sexta, mas ainda frio para mim. Ok, eu sou uma banana para frio.
Alimentação pré-prova = ok, dentro do planejado, sem imprevistos.
Sono pré-prova = idem (difícil eu não dormir – será que estava relaxada demais? Será que é melhor ficar mais preocupada? rsrsrsrs).
Natação = água muito fria, roupa de borracha larga... mas o tempo foi dentro do previsto.


T1 = neurônios congelados. Peguei aquela sacolinha e simplesmente não sabia o que fazer com ela, fiquei mega atrapalhada, resolvi colocar uma blusa para pedalar (friuuuuuu) e ela não entrava. Paracia que estava tentando sair de uma camisa de força.

Bike =estava ventando, mas eu já estava preparada para isso. Treinei para fazer em 3hs e mesmo fazendo força, fechei em 3h20 (dentro da margem de segurança de um dos meus planejamentos). Senti uma dor na coxa direita, logo no comecinho (na verdade, senti esta perna na natação – quando “lembrava” de batê-las), mas fui alternando a posição e não chegou a atrapalhar. Ah... e vamos combinar, NÃO vale vácuo.


T2 = por conta do desastre na T1, fui mentalizando a T2 para tentar ir mais rápido.... KKK... coitada! Parei na frente das sacolinha, abri, olhei olhei olhei... (não tinha nada demais, meus géis, meu tênis e só), aí o staff veio me avisar que eu tinha que ir para a tenda... “ah é”. Daí resolvi fazer xixi e só então... sair para correr.


Corrida = aqui o bicho pegou... de novo! Apesar de bons treinos, de transições realmente muito boas, me senti muito mal na corrida. Já saí com o batimento lá em cima e correndo abaixo do ritmo programado. Pensei que talvez fosse o frio, tenho asma e demoro para encaixar com temperaturas mais baixas, mas não. Fui em um ritmo lastimável do qual não consegui nem aumentar, e nem precisei diminuir –rs. Simplesmente não encaixou. Porém, ao contrário de Pira, a cabeça não foi o problema. Estava satisfeita com a prova e com tudo até ali, sabia que estava mal e que não tinha muito o que fazer... a não ser aproveitar e me colocar uma única condição: não andar (terminar eu sabia que terminaria... e melhor, viva - rs).

E assim eu terminei....

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Quer dizer... assim!


Tempo Final = fica para a próxima – rsrsrsrs!! Não foi o Paraíso, nem o Real, foi acima do Aceitável.

Futuro

Caraca.....acho que é mais difícil do que eu imaginei. Ou alguma coisa está errada... E agora? Não sei, pressinto uma fase de introspecção. Li e reli as frases da intro deste post, estou intuindo o caminho.