WORK HARD AND PLAY HARD

segunda-feira, 20 de junho de 2011

25 KM MARATONA SP

Tenho competido menos este ano. É uma estratégia para focar mais os treinos para a prova de agosto e também economizar um pouco os gastos com Triathlon.
No ano passado, quando estava me preparando para Pirassununga, queria muito ter encaixado uma prova de meia-maratona mas não consegui.
No planejamento deste ano, escolhi como prova-treino os 25km que acontecem junto com a Maratona de São Paulo. Isto resolveria 2 questões: 1) treino longo de corrida; 2) poder responder "sim, eu estava lá!!!". Isto porque todos os anos, depois desta prova, as pessoas do meu convívio me param para dizer que lembraram de mim quando viram a prova na TV, perguntam se eu estava lá, e todo ano eu digo "NÃO, não sou maratonista, sou triatleta, faço provas mais curtas, etc, etc...". O mesmo acontece na época da São Silvestre. Este ano vou responder diferente - rs!!!
Em relação à preparação, nada especial para esta prova, fiz mais volume no início do ano mas minhas últimas planilhas estavam mais focadas em velocidade. Não corri mais que 15km, o que me deixou apreensiva.
Não descansei já que a idéia não era ir correr zerada. Treinei normalmente e no sábado, fiz meu treino de natação + pedal. De noite, fui "jantada" a um casamento e 10h30 já estava na cama.
Eu me acostumei demais ao ambiente das provas de triathlon, já não faço corridas de rua ha muito tempo. Por isto, estava um pouco "de bode" com a correria que teríamos que fazer para chegar na prova, mas para minha surpresa tudo correu bem: chegamos no tempo ideal (nem muito antes, nem muito em cima da hora), o guarda volumes estava organizado, muita muita gente, mas o clima estava bom.
Saímos eu e a Claudia com o objetivo de segurar no começo da corrida e forçar depois dos 15km. Saímos bem lentas por conta da muvuca, nós duas e o Zé. No 6º km, nos despedimos dele (que correria 10) e de boa parte da multidão. Aí sim, conseguimos desenvolver e controlar nosso tempo, a pista estava livre. Me engasguei no primeiro gel, o que me lembrou que ainda tenho dificudades para comer/beber durante a corrida (um ponto a ser corrigido). No 12º km, encontramos com os homens da elite passando pelos 21, muito lindo de ver, a galera grintando o nome do Frank Caldera, me deu um grande ânimo pensar que estava participando de um momento destes. Nestas alturas, comecei a sentir a musculatura da coxa arder. Pensei, "normal, é do pedal de ontem". Também pensei que pudesse ser a mecânica, que fica diferente quando corremos em um ritmo mais lento. Prestei mais atenção nos movimentos (foi um lembra/esquece até o final da prova). Um pouco afrente, passamos por uma banda, destas que os organizadores gostam de colocar no percurso. O som era "Alagados" do Paralamas. Porém o cantor estava aparentemente bêbado, e mandou um "alagados, FRINSFRAUUUU, favela da maré". Eu e a Claudia rachamos, e até diminuimos um pouco para ouvir ele cantar de novo (mas ele não cantou, mandou para a galera - ahhh).
Bom, já no km 16 o ardor da musculatura já tinha evoluído para dor mesmo, mas me lembrei do "filósofo" Macca: "quando começar a doer, é porque está acabando". Bem, faltavam mais 9km... é, estava acabando. Lá pelo 20, virou fadiga mesmo e no 22, o ritmo caiu bem, mas aí eu já estava feliz, na USP, perto da chegada. Até tentei dar um gás, o corpo respondeu... mas comecei a sentir um formigamento estranho, que nunca tinha sentido antes, e achei melhor não arriscar.
Passa a régua. Adorei esta corrida, não pelo evento em si, mas por como me senti nestes 25km. Eu e a Claudia fizemos um ritmo muito bom no meio da corrida, fiquei orgulhosa por isto, mesmo que tenhamos "quebrado" no fim, o que nesta altura do treinamento considero normal. Minha atitude foi positiva em toda a prova, principalmente depois dos 16km. Lidei muito bem com minhas dores e fadiga, porque sabia que elas viriam e me preparei. Quando a dor chegou, eu disse "ah, estava te esperando, me acompanhe neste mesmo ritmo e vamos juntas até o final", não fiquei negando e nem diminuí para ver se ela ia embora.
Terminada a prova, foi um perrengue conseguir um taxi para voltarmos para casa, não conseguimos. O jeito foi recorrer ao Santo Glaucus, que foi nos buscar.
Enquanto esperávamos, liguei para minha mãe, avisando que não me esperasse para o tradicional almoço de domingo. Ela me perguntou onde eu estava, eu disse "correndo em São Paulo" (somos do ABC, SP para ela é como se fosse outro país, muito longe), ela perguntou "ganhou troféu?", eu disse "não, é uma corrida com mais de sei lá quantas mil pessoas, não tem troféu" (não que me falte talento para isto mamãe - rs - falta troféu mesmo), ela "é esta que está passando na TV?", eu "essa mesmo", ela "eu disse pro seu pai que vc estava ai!!!!"
É mãe, eu estava lá!