"Os quatro rabinos
Uma noite quatro rabinos receberam a visita de um anjo que os acordou e os levou para a Sétima Abóbada do Sétimo Céu. Ali eles contemplaram a sagrada Roda de Ezequiel.
Em algum ponto da descida do Pardes, Paraíso, para a Terra, um rabino, depois de ver tanto esplendor, enlouqueceu e passou a perambular espumando de raiva até o final de seus dias. O segundo rabino teve uma atitude extremamente cínica. “Ah, eu só sonhei com a Roda de Ezequiel, só isso. Nada aconteceu de verdade”. O terceiro rabino falava incessantemente do que havia visto, demonstrando sua total obsessão. Ele pregava e não parava de falar do projeto da Roda e no que tudo aquilo significava... e dessa forma ele se perdeu e traiu sua fé. O quarto rabino, que era poeta, pegou um papel e uma flauta, sentou-se junto à janela e começou a compor uma canção depois da outra elogiando a pomba do anoitecer, sua filha no berço e todas as estrelas do céu. E daí em diante ele passou a viver melhor."
Não sou religiosa, não tenho idéia de onde fica o Sétimo Céu, se eram os deuses astronautas...
Ao ler esta história, minha cabeça fez uma associação imediata com o triathlon. Ok, não foi tão imediata, a associação veio quando cheguei na descrição do terceiro rabino. Não vou criticá-lo, pois, em algum momento, alguns mais outros menos, eu fiz e faço às vezes dele. Mas me chama atenção a atitude do quarto. Se superar nossos limites nos dá a sensação de que chegamos perto do divino, se o esporte nos dá disposição e felicidade para o cotidiano e nos faz encará-lo com mais determinação, então o esporte nos faz viver melhor...
Gostei desta história. O ponto não é se vc fica 10hs ou 30 min em cima da bike, e sim que tipo de atitude tomamos em relação ao esporte. O encaramos como meio para viver melhor? Perdemos o fio da meada tratando-o como obsessão? O tratamos com cinismo, dando menos importância do que realmente tem? Enlouquecemos? Quero me aproximar do quarto rabino, o poeta.
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